a jovenzinha Santa Maria e sua grande fé
Qual é o “sim” que falta você dar a Deus? Qual é a obediência que você tem adiado, e que talvez esteja impedindo que as promessas d’Ele se realizem plenamente na sua vida?
Anteriormente, falei sobre Zacarias e sua fé adormecida, que foi restaurada através do silêncio imposto por Deus e de muitos dias de meditação. Nesse tempo, ele reaprendeu a glorificar o Senhor com o coração antes de voltar a fazê-lo com a boca. Acabei não me aprofundando em Maria naquele momento porque estava empolgada demais com o que havia aprendido sobre Zacarias, mas é assim mesmo, né? A nossa mente é meio caótica, e por aqui, no Substack, não estou preocupada com uma edição perfeita ou uma estrutura impecável, isso já faço no trabalho. Aqui, quero aprender a não ser engessada.
Voltando a Maria...
Maria era jovem, mas sua confiança em Deus era profunda e viva. Zacarias, apesar da idade e da experiência, já apresentava uma fé meio fria, cautelosa demais. Que contraste bonito!
Quando seguimos a narrativa, vemos Maria visitar sua prima Isabel. Esse momento é bastante conhecido: Maria a saúda e, no mesmo instante, o bebê no ventre de Isabel (João Batista) salta de alegria. Isabel se enche do Espírito Santo e louva a Deus com entusiasmo. E então, Maria, mais uma vez, demonstra humildade e confiança ao exaltar o Senhor por tê-la escolhido, mesmo em sua simplicidade humana, para uma missão grandiosa. E vale lembrar: Maria foi preservada do pecado, ou seja, ela já vivia em comunhão plena com Deus.
Vamos recordar suas palavras, que compõem o Magnificat, um cântico lindo e profundo, construído a partir de referências ao Antigo Testamento. Isso nos mostra o quanto Maria conhecia e meditava na Palavra:
“Minha alma glorifica ao Senhor,
e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador,
porque olhou para a humildade de sua serva.
Por isso, todas as gerações me proclamarão bem-aventurada.
Porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor:
santo é o seu nome!
Sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre os que o temem.
Ele mostrou a força de seu braço,
dispersou os soberbos de coração,
derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos
e despediu os ricos de mãos vazias.
Socorreu Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
conforme prometera aos nossos pais,
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.”
(Lucas 1,46–55)
Em um único capítulo, Lucas 1, fica claro que Maria não tem grandes ambições pessoais. Seus desejos são os desejos de Deus. Ela escuta, confia, obedece. E é justamente essa obediência cheia de fé que a torna a mãe do Cristo, que uma coisa maravilhosa acontece em sua vida.
Voltemos um pouco na história de Lucas 1, com as palavra "obediência" e ‘’maravilhas’’ ainda ecoando em nossa mente. Foi graças ao “sim” obediente de Maria dito ao que as promessas maravilhosas do Antigo Testamento começaram a se cumprir de forma visível em sua vida. E ela questiona Deus, mas para entender como tudo isso será feito, sem deixar a humilde de lado.
Relembremos:
Maria pergunta:
“Como acontecerá isso, se não conheço homem?” (Lc 1,34)
Referência profética:
“Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.” (Is 7,14)
Cumprimento:
Maria concebe por obra do Espírito Santo, como foi profetizado — mostrando que o nascimento de Jesus é, de fato, um evento divino.
Doutrina da Igreja:
“O anúncio a Maria inaugura a ‘plenitude dos tempos’ (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e preparações do Antigo Testamento.”
— Catecismo da Igreja Católica, §484
Pensando nisso…
Qual é o “sim” que falta você dar a Deus?
Qual é a obediência que você tem adiado, e que talvez esteja impedindo que as promessas d’Ele se realizem plenamente na sua vida?
Se você ainda não sabe, não tem problema. Siga os passos de Maria: glorifique, confie e espere no Senhor, porque até isso Ele é capaz de te revelar. E não tenha medo de perguntar como, mas seja sempre humilde de coração!